O DNA é o material responsável por armazenar todas as informações essenciais sobre o corpo humano. Ele define características únicas como a cor dos olhos, da pele, a altura, e até mesmo a predisposição a doenças e a maneira como metabolizamos medicamentos. Essas informações vitais estão codificadas em uma sequência específica de quatro bases nitrogenadas: A (adenina), C (citosina), T (timina) e G (guanina). Curiosamente, a sequência genética de dois seres humanos não aparentados é 99,5% idêntica, com apenas 0,5% de diferença. Essa pequena diferença é composta pelas chamadas variantes genéticas.
O funcionamento adequado dessa codificação genética é essencial para o desenvolvimento normal do organismo. Em alguns casos, certas variantes podem estar correlacionadas com predisposições a doenças específicas. Por exemplo, variantes em genes específicos podem aumentar o risco de desenvolver doenças cardíacas, diabetes, câncer e outras condições.
As variantes genéticas podem ser categorizadas de duas maneiras principais:
Pelo Tipo de Alteração Causada: Esta classificação se refere às mudanças específicas que ocorrem na sequência do DNA. Essas alterações podem variar de uma única troca de base a grandes trocas de segmentos do DNA.
Pelo Significado Clínico: Esta classificação avalia o impacto das variantes na saúde, determinando se uma variante específica está associada a um risco aumentado de doenças ou condições médicas.
Classificação de variantes pelo tipo de alteração
- Variantes Cromossômicas:
Refere-se a alterações estruturais ou no número de cópias dos cromossomos. Geralmente ligadas à Síndrome de Down (triplo 21), Síndrome de Patau (triplo 13),
Síndrome de Turner (X único) entre outras. São detectadas por exames como Cariótipo e FISH.
- Variantes de Ponto:
O termo variante de ponto refere-se tipicamente à alteração de um único par de bases do DNA ou de um pequeno número de pares de bases adjacentes. São identificadas por exames como o sequenciamento Sanger, Exoma e Genoma.
- Variantes de número de cópias
São variantes que alteram o balanço genético ao resultarem em uma cópia a menos (deleção) ou a mais (inserção) de um gene ou pedaço dele. São identificadas por exames como Array e MLPA.
Classificação de variantes pelo significado clínico
O Colégio Americano de Genética Médica (ACMG) divide as variantes em 5 classes:
- Variantes Patogênicas
Variantes que são causadoras de doenças.
- Variantes Provavelmente Patogênicas
Há uma alta probabilidade de ser causadora de doenças.
- Variantes de Significado Incerto
O efeito no organismo ainda está em investigação.
- Variantes Provavelmente Benignas
Há uma alta probabilidade de não ser causadora de doenças.
- Variantes Benignas
Variantes que não são causadoras de doenças.
Para saber qual o melhor exame genético para a sua investigação e para análise do significado de suas variantes consulte um especialista em genética médica.
Fonte
SCHAEFER G, THOMPSON JN, JR.. eds. Genética médica: Uma abordagem integrada. McGraw-Hill Education; 2015.
Richards S, Aziz N, Bale S, et al. Standards and guidelines for the interpretation of sequence variants: a joint consensus recommendation of the American College of Medical Genetics and Genomics and the Association for Molecular Pathology. Genet Med. 2015;17(5):405-424. doi:10.1038/gim.2015.30